Incerteza na atividade dos fundos de investimento tem implicações nos preços nos mercados imobiliários residenciais, indicam.
Hoje, o cenário financeiro continua repleto de incerteza dado o recente colapso de dois bancos nos EUA que logo se fez sentir na Europa. Apesar de os decisores políticos terem tomado medidas para mitigar os riscos para a estabilidade financeira mundial, a verdade é que continua a haver ameaças. O Banco Central Europeu (BCE) está preocupado com o rápido crescimento dos fundos de investimento imobiliário na Zona Euro, considerando que a sua interdependência com o mercado imobiliário comercial traz riscos para o equilíbrio financeiro da Europa.
“Na última década, o segmento dos fundos de investimento imobiliário (FII) cresceu significativamente e agora representa 40% dos mercados imobiliários comerciais da área do euro. Isso significa que os desenvolvimentos do mercado imobiliário e dos fundos de investimento imobiliário tornaram-se cada vez mais interdependentes”, começa por explicar o artigo do BCE, dando nota que estes fundos estão ainda expostos ao “risco de liquidez porque oferecem resgates frequentes”. Em Portugal, os ativos imobiliários dos FII representam mais de 30% do valor do mercado nacional dos imóveis comerciais.
Mas porque é que o crescimento dos FII - que são um importante instrumento de diversificação de investimento - pode trazer riscos para o sistema financeiro? “Uma eventual instabilidade no segmento dos fundos de investimeno imobiliário poderia ter implicações sistémicas nos mercados imobiliários comerciais, trazendo riscos para a estabilidade do sistema financeiro como um todo (devido à exposição direta das instituições financeiras aos imóveis comerciais) e da economia real (por exemplo, devido aos efeitos sobre os empréstimos)”, lê-se ainda no artigo assinado pelos especialistas do BCE Pierce Daly, Lennart Dekker, Seán O’Sullivan, Ellen Ryan e Michael Wedow.
Para ler o artigo na íntegra aqui.
Fonte: Idealista
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